terça-feira, 30 de novembro de 2010

REVISÃO DE PSS-2

questões de revisão para a véspera da prova (turma da noite: trabalharemos essas questões dia 03/12/2010)

Modo de Produção Primitivo:
1- (ufpb.2000). Acerca da divisão entre História e Pré-História, é correto afirmar que se trata de um(a)
a) divisão natural, já que os homens primitivos são selvagens e não merecem a qualificação de históricos, por não terem desenvolvido a civilização.
b) processo interno ao conhecimento histórico que, não podendo compreender sociedades sem escrita, deixa a tarefa para outros cientistas.
c) distinção social, indicando que as sociedades sem Estado e sem escrita estão fora da história.
d) distinção científica que procura diferenciar as sociedades estáticas e imutáveis das sociedades dinâmicas e transformadoras.
e) divisão convencional que utiliza a escrita como critério para distinguir as sociedades
humanas para efeito do estudo da história.

Modo de Produção Asiático (Servidão Coletiva):
2- (ufpb.2006) Sobre os povos da Antigüidade Oriental, é correto afirmar:
a) A agricultura foi o principal fator de enriquecimento e desenvolvimento dos hebreus, devido ao aproveitamento das águas através de complexos e amplos sistemas de irrigação.
b) A religião constituiu a principal herança deixada pelos egípcios, de onde provém o monoteísmo judaico.
c) O comércio marítimo marcou a presença histórica dos fenícios, que estabeleceram contatos com diversos povos, ao longo da costa do Mar Mediterrâneo.
d) A guerra de conquista foi a principal característica dos sumérios, povo que construiu um império que se estendia do Egito às fronteiras da Índia.
e) A escrita cuneiforme, uma das mais importantes formas de registro escrito, produzido em blocos de argila, foi a principal contribuição dos persas, povo que habitou a Mesopotâmia.

Modo de Produção Escravista:
3 – Sobre o Escravismo romano é correto afirmar:
a) A revolta realizada pelo escravo Espartacus não obteve êxito por causa da pequena quantidade de cativos em Roma.
b) Os escravos eram trazidos em grandes navios, vindos especialmente da África, e realizavam tarefas exclusivamente, de caráter agrícola.
c) Em Roma, assim como na tradição grega, o escravo era coisificado, possuindo valor de Bem para quem o possuísse.
d) Presos em senzalas, os escravos desenvolveram danças e uma cultura própria, que tinha forte simbolismo com sua resistência.
e) Havia proibição de escravizar artistas, guerreiros, professores e filósofos de outros povos que fossem vencidos pelo império romano.

Modo de Produção Feudal:
4 - (ufpb.2000) Na Europa, o Período da Idade Média pode ser corretamente qualificado de:
a) A Idade das Trevas da humanidade.
b) A era dourada da história universal.
c) A época áurea do Feudo e da Igreja Romana.
d) A Idade da Filosofia racionalista das Luzes.
e) A Era de Paz militar e espiritual do homem.

5 – (ufpb.2001). Sobre a organização social feudal que se estabeleceu no ocidente europeu, a partir dos séculos X e XI, é correto afirmar que
a) sua produção era baseada no trabalho escravo, na crença religiosa cristã e nos laços de fidelidade entre Estado e cidadãos.
b) a economia, a sociedade e a política baseavam-se nas relações de suserania-vassalagem dentro do grupo dos senhores, e nas relações de dominação entre senhores e servos.
c) seu sistema jurídico-político fundamentava-se na propriedade privada da terra e na dominação dos escravos que produziam a riqueza do Estado e dos senhores.
d) sua economia baseava-se na livre iniciativa, no livre-cambismo, no trabalho assalariado e na democracia direta.
e) a religião pregava o celibato como obrigação, o politeísmo como crença e a ditadura religiosa no lugar do Estado.

Modo de Produção Capitalista:
6 – (uepb.2006) Sobre as Cruzadas, o mais longo conflito entre católicos e muçulmanos, assinale a única alternativa incorreta:
a) As Cruzadas foram antes de qualquer coisa um grande incentivo para o desenvolvimento comercial e científico da Europa, já que muito se investiu na construção naval, na indústria de bens de consumo e no desenvolvimento desde as táticas de combate até a culinária.
b) As Cruzadas consistiram em expedições guerreiras, estimuladas pelo papado, para a conquista dos territórios palestinos considerados santificados e que estavam sob domínio muçulmano haviam séculos.
c) Para arregimentar seus exércitos para lutarem contra os povos bárbaros do Oriente, o Papa Urbano II prometia aos guerreiros (ou Cruzados) total indulgência de seus pecados, além de pagamentos de vultosas quantias em espécie ou na forma de terras.
d) Apesar de terem durado tanto tempo (cerca de 200 anos), todas as Cruzadas foram vitoriosas e conseguiram destruir quase que totalmente a estrutura social, cultural, política e econômica de muitas das sociedades muçulmanas da época.
e) Em que pese todo o investimento feito pelos europeus para lançarem as Cruzadas, e mesmo com campanhas bem sucedidas nas quais a presença muçulmana nos territórios bizantinos foi momentaneamente contida, eles foram derrotados e expulsos de Jerusalém pelas tropas do Sultão Saladino, em 1187.

7 – (ufpb.2005) O conjunto de experiências vividas pela Humanidade, a partir da desagregação do mundo feudal, tem sido denominado de modernidade, caracterizando-se por profundas e abrangentes transformações sobre a sociedade, a cultura, a economia, a política e o espaço.
Sobre os fatos históricos que compõem as bases iniciais dos tempos modernos, é INCORRETO afirmar:
a) A Reforma Protestante constituiu uma reação ao catolicismo medieval, questionando muitos dos seus valores, a exemplo da condenação da Igreja católica à usura e ao lucro.
b) O Renascimento promoveu uma visão e representação de mundo centradas nas potencialidades do ser humano, diferentemente da época medieval, em que a centralidade na visão e representação do mundo residia na divindade.
c) O Absolutismo configurou a centralização do poder nas mãos do monarca, contrapondo-se à fragmentação do poder feudal e correspondendo à forma originária do Estado capitalista moderno.
d) O Capitalismo pré-industrial questionou o controle do Estado sobre a economia e defendeu a livre concorrência entre as nações, princípios concretizados no Mercantilismo, em contraponto à política econômica estatizante do feudalismo.
e) A Revolução Científica possibilitou a observação da natureza, mediante a realização de experimentos, bem como a comprovação de pesquisas através de dados empíricos, substituindo a forma contemplativa de conhecimento predominante na época medieval.

8 – (uepb.2005) A revolução Industrial que se iniciou na Inglaterra, causou uma série de transformações políticas, econômicas e sociais.
Sobre as conseqüências da Revolução Industrial na Inglaterra é correto afirmar, EXCETO:
a) A utilização de novas tecnologias no contexto de uma mentalidade capitalista, na qual é prioridade o lucro, provocou o desemprego de grande número de trabalhadores.
b) O aumento da emissão de fuligem nos centros industriais ingleses provocou impactos ambientais, como por exemplo, o escurecimento dos troncos das árvores, o que facilitou uma melhor visualização de borboletas claras pelos pássaros, caracterizando o fenômeno do desequilíbrio na natureza.
c) O desemprego foi responsável pelo desencanto de inúmeros trabalhadores que reagiram destruindo máquinas ou entregando-se à prostituição e ao alcoolismo.
d) Imediatamente, após a implantação da indústria na Inglaterra, foi aprovada uma legislação que atendeu a todas as expectativas dos trabalhadores, principalmente no que se refere à carga horária semanal.
e) Os problemas decorrentes da consolidação do capitalismo inspiraram os teóricos do socialismo que se apresentaram utópicos, em um primeiro momento, e depois, de forma científica, no sentido de propor alternativas ao domínio burguês.

Modo de Produção Socialista:
9 - Em 1917 a Revolução Russa possibilitou a mudança radical da estrutura política, social e econômica da Rússia. Um novo tipo de poder baseado na “ditadura do proletariado” aniquilou o sistema baseado no czarismo autocrata de Nicolau II. Marque a alternativa que não é coerente com a afirmação acima:
a) As idéias que sustentam o movimento revolucionário são retiradas das aspirações e reivindicações dos operários, camponeses e soldados russos, e podem ser resumidas nas palavras de ordem: “Pão, Terra e Paz”.
b) Os Bolcheviques chegaram ao poder liderados por Lênin, Trostki e Stálin, que lá mantiveram-se apoiados no Conselho de Comissários do Povo e no Exército Vermelho.
c) A Revolução Russa retirou a monarquia feudal do poder e criou um sistema de governo que representava os diferentes estratos da população russa e da burguesia da Europa Ocidental.
d) Após a tomada do poder, Lênin lançou aquele que seria o lema de todo o processo de mudanças e que demonstrava qual classe social o conduziria: “Todo poder aos Sovietes!”
e) Os Bolcheviques entendiam que a futura sociedade socialista teria de ter a liderança da Classe Operária, em uma aliança com o campesinato, que se encarregaria de retirar da sociedade todos os elementos burgueses existentes.

10. "... nunca certas previsões do marxismo pareceram mais verdadeiras do que hoje: o que não deixa de ser bastante irônico, se considerarmos que isso se dá no momento em que o marxismo está desacreditado como filosofia social"
(Quentin Skinner, historiador inglês, 1998).
O que permite ao autor sustentar, respectivamente, a tese do descrédito e da validade do marxismo, fundamenta-se
a) no fracasso das experiências socialistas em nosso século e no aumento extraordinário tanto da riqueza quanto da pobreza no mundo;
b) no êxito do capitalismo em eliminar as crises financeiras periódicas e no seu fracasso em fazer diminuir a população mundial;
c) na capacidade do capitalismo para controlar a pobreza e na sua dificuldade para desenvolver tecnologias que resolvessem problemas ambientais;
d) no desaparecimento da luta de classes e na intensificação da concorrência e do conflito imperialista entre as potências capitalistas;
e) no êxito do capitalismo em globalizar a economia e na incapacidade do "Welfare State" (Estado do Bem-Estar Social) para humanizar o capitalismo.

MOVIMENTO GLBTS - aula do sábado

Homossexualidade e Ilegalidade

• Países africanos: detenção até 10 anos
• Países asiáticos: mais de 10 anos
• Mautirânia e Paquistão: pena de morte
• Oriente médio: punições corporais e mutilações seguido de pena de morte.

Homossexualidade e religião

• Catolicismo: - “Carta Apostólica sobre união civil de pessoas do mesmo sexo” – 2003

                      - Apelação aos políticos católicos

• Anglicanismo: - Apoio a certas causas

                         - Ordenação de um bispo homossexual nos EUA em 2006

• Protestantismo: - Desaprovação (algumas igrejas dos grandes centros já apóiam)

GLBTs e Cidadania:

Holanda, Bélgica, Canadá e Espanha (os mais progressistas)

Garantem os seguintes direitos: - Antidiscriminação

                                                - Previdência social

                                                - Parceria civil com status de casamento

                                                - Adoção

EUA (A constituição federal é muito liberal e não reprime a relação homoafetiva, porém, as constituições de vários estados é contra os GLBTs).

- Em 2006 foi rejeitada pela Câmara e Senado um projeto que proibiria a união civil por 236 a 187 votos.

- Massachusetts é o único estado que permite casamento (embora outros estados permitam a união civil).

Austrália, Suécia, Alemanha, França, entre outros, permitem união civil

(A França adotou na ultima década o PACs – Pacto Civil de Solidariedade)

Brasil

- União civil tramita no Congresso há mais de 14 anos (Projeto da Deputada Marta Suplicy)

- PACs Brasileiro (Inspirado no Francês. Projeto é do Deputado Roberto Jéferson)

- Disputas no Congresso Brasileiro: Bancada Evangélica x Bancada Pela Livre Expressão Sexual (projeto de lei 5003/2001 – criminalização da homofobia)

O Poder Judiciário precisa ser acionado na garantia dos direitos e reconhecimento em uniões homoafetivas. Porém, essas uniões são concebidas como “Sociedade de fato”, não como “entidade família”, ou seja, a união entre homossexuais juridicamente não existe nem pelo casamento, nem pela união estável, e configura apenas sociedade de fato - ou seja, em caso de separação, por exemplo, as uniões gays não são julgadas em varas de família, mas em varas cíveis, apenas para tratar da divisão de bens. A união homossexual é tratada, basicamente, como um acordo comercial.

- Alguns tribunais brasileiros já firmaram jurisprudência em conceder a casais homossexuais direitos em relação à herança (metade do patrimônio construído em comum pode ficar para o parceiro); plano de saúde (inclusão do parceiro como dependente); pensão em caso de morte (recebimento se o parceiro for segurado do INSS); guarda de filho (concessão em caso de um dos parceiros ser mãe ou pai biológico da criança) e emprego (a opção sexual não pode ser motivo para demissão).

Poder executivo: Apoio. Em 2004 foi lançada uma Cartilha chamada “Brasil sem Homofobia” com 50 normas de conduta em relação aos GLBTs.

O Presidente Lula envia cartas de apoio às Paradas Gay desde 2006

Paradas Gay: em 2006 setenta municípios já realizavam essa manifestação, hoje, são muito mais.

Visões sobre o fato: - positiva, pois a parada expõe uma realidade que está no cotidiano da sociedade.

                               - negativa, pois há uma carnavalização do movimento gay.

O próprio movimento GLBTs possui diferentes visões sobre diversos fatos como por exemplo o casamento. Porém, alguns pontos estão de comum acordo: Luta por Direitos relacionada aos Direitos Humanos e à Cidadania democrática Liberal.

A originalidade e o valor social do movimento GLBTs é tido como o ponto alto desta instituição já que ela não defende nenhum tipo de exclusão a ninguém. Seu objetivo é uma ampliação de Direitos ao maior numero de indivíduos possível.



Perguntas e respostas:

Quais as principais diferenças, em termos jurídicos, de casais hétero e homossexuais que mantenham uniões estáveis?

Os casais gays não são reconhecidos como entidade familiar, mas sim como sócios. Isso faz com que, em caso de emergência, um homossexual não possa autorizar que seu marido ou esposa seja submetido a uma cirurgia de risco. Além disso, casais do mesmo sexo não podem somar renda para aprovar financiamentos, não somam renda para alugar imóvel, não inscrevem parceiro como dependente de servidor público, não têm garantia de pensão alimentícia em caso de separação, não têm licença-maternidade para nascimento de filho da parceira, não têm licença-luto (para faltar ao trabalho na morte do parceiro), não têm usufruto dos bens do parceiro, não têm direito à visita íntima na prisão, não fazem declaração conjunta do imposto de renda e não podem deduzir no IR o imposto pago em nome do parceiro.

Há estados em que a união civil homossexual é reconhecida?

Sim. No Rio Grande do Sul, os cartórios trabalham desde 2004 com uma norma que possibilitou aos casais homossexuais com algum tipo de união estável fazer um registro nesse sentido. Nesse estado, processos que envolvem relações homossexuais são julgados pela Vara de Família. Já o Rio de Janeiro foi, em 2007, o primeiro estado a conceder pensão a parceiros e parceiras de homossexuais.



PLC 122/2006

Projeto de Lei da Câmara nº 122, de 2006:
(Substitutivo, aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal em 10/11/2009)
Lei 7.716 de 5 de janeiro de 1989:
Preconceito em relação a orientação sexual é crime, tanto quanto preconceito de raça, religião, origem, pessoa idosa, etc.
Pena: Até 3 anos.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

REVISÃO DE PSS1 - CIDADANIA

10. Na segunda metade do século XIX, as elites intelectuais brasileiras (advogados, escritores, jornalistas etc.) buscaram as raízes históricas e sociais de uma Nação brasileira, recém-emancipada de Portugal. Essas elites procuraram caracterizar o Brasil étnica, cultural e territorialmente, conferindo-lhe uma identidade capaz de concorrer com as nações européias, consideradas como civilizadas e superiores.

Sobre esse assunto, é correto afirmar:

a) As elites intelectuais buscavam, nos modelos de sociedades européias, elementos para uma definição da identidade da Nação e do povo brasileiros.

b) O nacionalismo interferiu ideologicamente no debate dos intelectuais, reafirmando a condição de inferioridade da Nação brasileira.

c) O movimento romântico estabeleceu a figura mítica do negro africano escravizado, como base étnica da identidade nacional brasileira.

d) As elites intelectuais defenderam a miscigenação racial, como necessária à elevação do povo brasileiro ao patamar de civilizado.

e) O território e as riquezas naturais foram interpretados pelas elites como fatores do insucesso histórico da Nação brasileira.



11. Atualmente, na maior parte do mundo ocidental, é assegurado a todo(a) cidadão(ã) o direito de livre escolha dos seus representantes nos poderes Legislativo e Executivo, bem como o direito de candidatar-se a esses cargos, independentemente de sua origem social, política e ideológica. Esse(a) cidadão(ã) pode, igualmente, expressar suas ideias e opiniões, reunir-se, organizar-se em associações, partidos e sindicatos. Mas nem sempre foi assim. Direitos civis, políticos e sociais resultaram de um longo processo de mobilizações e lutas sociais, inspiradas na Revolução Francesa, concretizando uma cidadania mais ampla. No Brasil, a cidadania foi promovida e ampliada, muitas vezes, através de mudanças constitucionais e leis específicas.

Nesse sentido, três mudanças e/ou leis, consideradas como expressões de reconhecimento e ampliação de direitos, foram:

a) Lei Áurea (1888); voto das mulheres (1934); Ato Institucional n° 5 (1968).

b) Lei de Terras (1850); Lei Áurea (1888); voto dos analfabetos (1988).

c) Lei Áurea (1888); Ato Institucional n° 5 (1968); voto dos analfabetos (1988).

d) Lei Áurea (1888); voto das mulheres (1934); voto dos analfabetos (1988).

e) Lei de Terras (1850); Lei Áurea (1888); Ato Institucional n° 5 (1968).



12. Um conjunto de direitos sociais conquistados pelos trabalhadores brasileiros, no decorrer do século XX, vem sendo, desde a década de 1990, objeto de debates e questionamentos por parte das organizações empresariais, especialmente através da chamada grande imprensa, em decorrência da hegemonia das idéias neoliberais. Um dos principais alvos dessas críticas é a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que assegura, entre outros direitos, carteira assinada, vale-transporte, férias, adicional noturno, 13º salário, FGTS.

Sobre a CLT, é correto afirmar que sua aprovação ocorreu

a) em 1850, junto com a Lei de Terras, para assegurar os direitos dos trabalhadores imigrantes.

b) em 1888, logo após a Lei Áurea, para garantir os direitos dos escravos libertos.

c) em 1943, para reafirmar um conjunto de leis de proteção ao trabalho, já implantadas na década anterior.

d) em 1973, para impedir o aumento da influência do Partido Comunista sobre os sindicatos, então, uma grande preocupação dos militares no poder.

e) em 1988, pela Constituição, para restaurar a cidadania brasileira, depois dos anos de ditadura.



14. Leia as frases abaixo:

•"O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo." (Mario Quintana).

•"Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem." (Marcel Proust).

Disponível em: . Acesso em: 08 jul.2009.

As frases referem-se ao tempo, um conceito fundamental para a História enquanto conhecimento das experiências humanas.

Sobre o conceito de tempo, identifique as alternativas corretas:

I. As lembranças humanas são incompreensíveis, se não forem postas em seqüência cronológica.

II. As vivências humanas, em certas culturas, são explicadas pela dinâmica das estações da natureza.

III. A memória de homens e mulheres não segue os mesmos registros do tempo preciso do relógio.

IV. As experiências coletivas constroem um tempo social caracterizado por mudanças e permanências.

V. A percepção do tempo independe das experiências e sentimentos vividos pelo indivíduo.



15. A democracia grega serviu de inspiração política para o Estado democrático de Direito da maioria dos países ocidentalizados do mundo contemporâneo.

Considerando o regime democrático, identifique as afirmativas corretas:

I. As decisões políticas na Grécia antiga, assim como na contemporaneidade, eram tomadas pelos

representantes eleitos pelo povo.

II. A maioria da população grega da Antiguidade, ao contrário das democracias contemporâneas, era excluída da política.

III. As liberdades individuais e a igualdade perante a lei foram direitos gregos antigos preservados na contemporaneidade.

IV. As Assembleias Legislativas contemporâneas submetem, como na Antiguidade grega, suas decisões à vontade de um tirano.

V. A democracia direta grega, exercida em praça pública (ágora), é diferente da democracia

representativa contemporânea.



Entre os historiadores, existe o consenso de que o saber histórico é construído a partir de fontes. Portanto, é INCORRETO afirmar que as fontes históricas são

a) signos, sinais e vestígios do passado dos homens que são recolhidos, agrupados e criticados para fundamentar o conhecimento produzido pelos historiadores.

b) utensílios, ferramentas e artefatos produzidos pelos homens, que chegaram até o presente, servindo de testemunho de práticas humanas já vividas.

c) diversos tipos de referência do passado, dentre os quais se incluem escritos, manuscritos, imagens, patrimônio arquitetônico e cultural – de tipo material ou simbólico.

d) documentos escritos, aos quais é possível aplicar a crítica pelos métodos científicos do saber histórico. As demais fontes são meramente ficcionais.

e) todas as referências de atividades humanas, pois compõem o patrimônio cultural de todo e qualquer grupo humano, servindo de indicadores do seu passado.



18. O que significa o termo “Revoluções Burguesas”?

a) São tentativas das pessoas ligadas ao comércio de chegar ao poder político

b) São tentativas de pessoas empobrecidas de terem melhores condições de vida

c) São novas formas de ver a política das nações, onde geralmente não acontecem mudanças profundas nas sociedades.

d) São reações dos Reis com o intuito de não perder privilégios feudais.

e) Nenhuma das opções acima

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Resumos de textos sobre o período colonial da história da Paraíba:

A Invasão Holandesa na Paraíba

Horácio de Almeida

A primeira tentativa de invasão da Paraíba por parte dos holandeses se deu nos fins de 1631. Contudo, a esquadra composta por aproximadamente 1600 homens não logrou êxito graças a intervenção do então capitão-mor da província Antônio de Albuquerque, que mesmo tendo ao seu comando um contingente menor de guerreiros, 600 aproximadamente, conseguiu impedir a aproximação do inimigo do Forte de Cabedelo, sendo assim rechaçado o primeiro ataque holandês.

A segunda tentativa ocorreu em 1634. Dessa vez, os invasores vieram confiantes na empresa, principalmente, pelo fato de estarem mais experientes e por já terem conquistado o Rio Grande do Norte. Vale ressaltar, que entre os aproximados 1500 homens, estava também abordo de um dos navios da esquadra o futuro governante da Paraíba Servais Carpentier. A frustração dos invasores se deu na impossibilidade de atravessar uma trincheira na praia de Lucena construída pelo capitão-mor paraibano. A retirada foi imediata. Frustrava-se mais uma tentativa de invasão desta província.

O sucesso holandês nessa capitania ocorreria no mesmo ano. Partido do Porto do Recife com mais de 2300 homens os invasores desembarcaram em pontos distintos do litoral formando diversas frentes de combate que mal puderam ser combatidas pelo pequeno contingente de soldados paraibanos, aproximadamente 800. Com a tomada do forte da Restinga a batalha pendeu favorável aos holandeses, pouco depois, com a rendição do Cabedelo, o pânico instaurou-se na província. Estava conquista a Paraíba.

A tomada da cidade foi rápida e pacífica, a população partiu para o interior. Antonio de Albuquerque viu seus planos de organização de uma resistência minguarem por falta de apoio popular. O primeiro ato dos conquistadores foi a mudança de nome da cidade para Frederica. Duarte da Silveira, figura de maior importância na história da conquista desta terra, ao receber os invasores, tratou de entrar em acordo com os novos dominantes, visto que de nada valeria qualquer valentia isolada. Todavia, este pacto com o inimigo rendeu-lhe a alcunha de traidor e acabou sendo preso. Solto mais tarde por tropas holandesas acabou tendo esta fama aumentada.

Entretanto, houve um esvaziamento da cidade após a conquista, e era fundamental que os holandeses atraíssem a população de volta. Para isso foi concedida anistia para todos aqueles que aceitassem viver sob o julgo da companhia das índias. Benefícios como paz, segurança, liberdade de culto estendeu-se aqueles que decidiram voltar. Contudo os que se recusaram a aceitar os novos dominantes perderam suas posses.

Ao assumir o governo Carpentier, tratou de fazer um mapeamento dos principais produtos exportáveis ou não da província. Porém, nem tudo eram flores na nova Frederica. A resistência acirrava-se e algumas figuras se tornaram famosas com seus ataques incomuns. A guerrilha, tipo de investida militar que corresponde a ataques fortuitos, rápidos e de modo a surpreender o inimigo, foi a fórmula utilizada pela resistência “paraibana”. Inclusive, numa dessas investidas morre o segundo governador holandês Ippo Eyssens, dando lugar ao culto Elias Herckmann em 1636.

Mesmo com a chegada do hábil administrador Mauricio de Nassau, a economia canavieira não logrou o êxito esperado, muito disso graças a situação de guerrilhas vivida pela população e por causa, também dos novos donos dos engenheiros que com curta experiência não tiveram o tino necessário para gerir o negócio do açúcar.

Alguns acontecimentos como querelas religiosas entre protestantes e católicos devem ser citados como fatos que esquentaram o convívio na província. Contudo, em meados de 1645, apesar da falta de armamentos, organizou-se a Paraíba, juntamente com insurretos pernambucanos, contra os holandeses, expulsando-os em direção a fortaleza de Cabedelo.

Assim o domínio holandês na Paraíba estendeu-se por quase 11 anos, de 1634 a 1645, mesmo assim, ainda houve presença holandesa até 1654, só que esta estava completamente encurralada no Forte de Cabedelo. Ressalta Horácio de Almeida que a grande contribuição dos flamengos foi no campo das letras, com relatos como o de Elias Herckmann, por exemplo, pois no campo das obras, por causa de todas as contingências não foi possível aos holandeses deixarem grande legado nesta província.



Descrição Geral da Capitania da Paraíba

Elias Herckmann



Segundo Horácio de Almeida, as contribuições dos holandeses nas letras foi algo estupendo. Realmente. Esta obra, a Descrição Geral da Capitania da Paraíba configura-se num dos maiores e melhores registros de nossa história local. Realizada por Elias Herckmann, que governou a Paraíba holandesa entre 1636 e 1639. Seus escritos oferecem ao leitor uma visão de como se encontrava esta província no século XVII. Seus fortes, seu povo, sua religião.

A obra começa ressaltando os “naturais da terra”, nossos índios Potiguaras, chamados por eles “Pitiguaras”, bem como sua grande quantidade. Também a administração portuguesa é relatada com grande interesse. No que diz respeito a geografia, Herckmann não se esquece da importância do Rio Paraíba e conta também uma breve história do significado da sua alcunha. Ainda no universo do rio Paraíba o holandês atina para os fortes que protegem a entrada da cidade: Cabedelo, Santo Antônio, Restinga. É traçado todo o mapa até a região do Gargaú.

Algo importante a ser ressaltado na obra de Herckmann é que atrelada a descrição geográfica, estão nessa obra, as explicações históricas, ou seja, percebe-se uma preocupação acerca dos significados, inclusive a uma longa explanação acerca da conquista pelos Lusos, chegando até a invasão holandesa.

Em seguida há o registro das igrejas e conventos: São Francisco, Carmelitas, São Bento, Misericórdia e São Gonçalo. Como eu já havia dito acima, a administração fica bem explicitada na descrição dos Escabinos. Em seguida, Elias descreve os engenhos e a geografia que os circunda, além das distâncias. Herckmann chama atenção também para o clima da região. Não é estranho o espanto do neerlandense, visto que a temperatura e os ares desta região, em muito diferem da atmosfera fria da sua terra natal. E por isso mesmo extasia-se considerando-a saudável. Até a farinha chama a atenção de Herckmann que atribui a este produto o seu merecido valor de “Pão do Brasil” e fala também sobre uma gama de raízes, sementes, frutos, animais silvestres, chegando até as plantas medicinais.

Também consta na obra uma interessante descrição acerca dos Tapuias, contudo, não é só a descrição geográfica desse povo que interessa ao autor, ele também os relata fisicamente e culturalmente chamando atenção para a ausência de vestes e para a “ausência de Deus”. Nesse ponto observa-se a típica visão do homem de seu tempo, que atribui aos indígenas “uma vida inteiramente bestial e descuidosa”. Mesmo assim, sua descrição é riquíssima e de grande valor pras gerações posteriores, que com o devido cuidado e interpretação poder extrair dali um riquíssimo registro. Essa é a tônica da obra de Elias Herckmann, um holandês que pode não ter deixado monumentos ou fortunas para a Paraíba, mas que deixou um legado espetacular, a Descrição Geral da Capitania da Paraíba do século XVII.



O Processo de Interiorização
(A conquista do Sertão)
Horácio de Almeida



Após a restauração paraibana, ou seja, a expulsão dos holandeses dessa terra e a reocupação dos bens pelos seus legítimos donos, assume a capitania João Fernandes Vieira que se tratava de uma figura mais empreendedora do que administradora, todavia, empreendedor em proveito próprio, pois tratava-se de um ganancioso fidalgo, e tremendamente mal-pagador. Entre seus “feitos” podemos destacar a guerra declarada aos Tapuias (índios não pertencentes ao tronco lingüístico Tupi) do sertão, o que fez gerar entre esses nativos um acumulativo ódio.

É fundamental destacarmos a deteriorada situação que encontrava-se a Paraíba depois da retirada dos flamengos. Nos anos seguintes sob o governo de Matias de Albuquerque Maranhão, Pernambuco acreditou ser seu direito avançar sobre território paraibano e aplicar por aqui sua jurisdição. Graças a uma carta régia datada de 1662 livrou-se oficialmente a Paraíba desta tentativa de aglutinação pernambucana.

Aproximadamente dez anos depois da saída dos holandeses inicia-se a interiorização nesta província. Assim começa-se a distribuição de sesmarias pelo Sertão paraibano. O objetivo era a obtenção dos campos que se mostravam idéias para a pecuária, atividade mais leve que o plantation açucareiro. Convém deixar claro que o interior da Paraíba era repleto dos índios Cariris, que aqui estavam em farta população, como ficou registrado nos relatos do padre Martin.

Dessa forma deu-se a ocupação do sertão. Sesmarias foram distribuídas e sertanistas baianos ocuparam estas terras. Deu-se também, o contato com os Cariris, e este, não foi uma interação violenta, pelo contrário, os silvícolas em muito se adaptaram ao cotidiano do branco “civilizador”. O conflito só aconteceu depois do despertar, na consciência dos sertanistas, de que aqueles índios possuíam mercado no negócio de escravos, e passaram a escravizar e “barbarizar” com os “naturais da terra”. Para impedir essa nefasta ação os índios se organizaram na “Confederação dos Cariris”, uma associação tribal que através da luta armada tinha como objetivo defender-se dos abusos do homem branco. Este conflito estendeu-se por mais de dez anos e foi caracterizado pela barbárie. Esta, não ligada ao “primitivismo” atribuído ao gentio e sim, a natureza atroz embutida nos dois grupos guerreiros que devastaram-se mutuamente.

Durante essa empresa, chega aos sertões Domingos Jorge Velho, mestre de campo com o intento de ajudar Antônio de Albuquerque, o problema para os brancos estava no que diz respeito à inteligência e adaptabilidade do índio Cariri. Este, se mostrou mais apto, por exemplo, no que diz respeito a assimilação dos costumes dos lusitanos, e ao uso de armas. Dessa forma a guerra tomava ares de igualdade entre as duas facções, pois ambas passaram a utilizar o mesmo armamento.

Contudo, essa suposta igualdade não se traduzia na verdade. Não se pode desprezar os anos de experiência colonizadora do europeu, dessa forma tribos inteiras foram dizimadas e aquelas que se mostravam ofensivas e aguerridas foram as que mais se desfalcaram, quando não se extinguiram. Definitivamente a situação do gentio dos sertões, era precária, pois para desestimular a resistência indígena era instigado aos colonizadores o franco extermínio das tribos rendidas. Foi assim que Domingos Jorge Velho, a mando do governador-geral do Brasil degolou 260 Tapuias.

Com a guerra pendendo para este lado, ou seja, contra os índios, Canindé, líder dos Janduís enviou à Bahia em 1692 uma delegação com o intuito de formular a paz entre as duas partes. Assim, deu-se o acordo entre as partes. A nação indígena sobrevivente aquietou-se e espalhou-se em suas reservas pelo Sertão e pelo Rio Grande do Norte.



Sonhar o céu, padecer no inferno:
Governo e sociedade na Paraíba do século XVIII
A anexação da Paraíba a Pernambuco (1755-1799)

Mozart Verguetti



O autor tem como objetivo destacar a atuação do capitão-mor da Paraíba Pedro Monteiro de Macedo, que durante seu governo (1734-1744) tentou evitar à anexação a Pernambuco (1755 – 1799).

É fundamental para o entendimento do texto, ressaltarmos a importância daqueles órgãos que garantiram o domínio patrimonial na colônia e determinaram a ação autônoma dos governadores: As Provedorias. Ou seja, a autonomia de uma determinada capitania estava intrinsecamente ligada ao poder de sua provedoria. Se esta fosse capaz de gerir seus próprios gastos e prestar socorro à Coroa Lusa a Capitania em questão seria considerada autônoma. Caso contrário, na falta do pagamento de suas obrigações e na caracterização desta provedoria como ineficaz estaria a capitania fadada a perda da autonomia e a anexação.

Havia na Paraíba uma grande dependência da “dízima da alfândega”, imposto que deveria servir para obras e manutenções, mas que acabou por ser utilizado, desde 1715, como pagamento de ordenados de soldados e governadores. O fato, é que a Paraíba possuía alguns problemas econômicos como falta de escravos, concorrência com o açúcar antilhano e proximidade do Porto do Recife, além de problemas de ordem ambiental como seca, enchentes e falta de bens naturais.

Importante a ser aprofundado é a questão da proximidade da Paraíba com o Porto de Recife. Como nesta província a quantidade de engenhos sempre esteve abaixo de Pernambuco, houve um escoamento de produtos paraibanos para o porto da província vizinha já que lá a navegação era mais constante. Isso em muito contribuiu para o agravamento da crise econômica paraibana. “A solução encontrada para socorrer a capitania da Paraíba foi fundir, a partir de 1723, em um só contrato a arrematação da dízima da Alfândega de Pernambuco à da Paraíba.” (p.330).

O resultado dessa fundição foi uma Paraíba atrelada e dependente de Pernambuco, que atrasava por demais a remessa dessa verba, chegando a levantar suspeitas sobre os “descaminhos” desses recursos.

Foi esta a Paraíba encontrada por Pedro Monteiro de Macedo. Este militar tratou imediatamente de percorrer boa parte do território paraibano, com o intuito de conhecer a fundo a terra e a gente desta localidade. E assim o fez, tratando em seguida de tomar uma série de medidas com o objetivo de livrar esta província do julgo pernambucano. Pedro Monteiro só não contava com a ação do tempo, que devastador castigou mais uma vez com duas cheias, o povo paraibano comprometendo drasticamente a economia.

O governador não desistiu de sua campanha. Contudo, mesmo articulando um projeto sobre a taxação do transporte de gado e o corte da carne, não conseguiu o objetivo, pois o melhor valor alcançado na arrematação do contrato sobre as carnes atingiu um quarto do valor da dizima enviada de Recife. Não satisfeito tratou o governante de organizar um novo projeto de tributação sobre o atravessamento de gado pela Paraíba em direção as Minas. Porém, mais um vez não houve êxito, pois o projeto contrariava muitos criadores, muitos deles paraibanos.

O resultado foi um governador cada vez menos ligado a Corte e as elites, inclusive paraibana, contrariando interesses de classes que se satisfaziam com a política vigente. Pedro Monteiro foi perdendo apoio, passando a ser visto, cada vez mais como persona non gratta.

História da Paraíba (aula 1)

1- Antecedentes da conquista (1500 – 1574)
• Desinteresse da Metrópole
• Os Piratas, o Pau-Brasil e O escambo.
• Criação das Capitanias Hereditárias
• Itamaracá – do rio Santa Cruz á Baía da Traição
• Rapto da Cunhã, Tragédia de Trucunhaém e a Capitania da Paraíba

2 – Conquista
1º Expedição (1574): D. Fernão da Silva

2º Expedição (1575): D. Luis de Brito e Lourenço Veiga

3º Expedição (1579): Frutuoso Barbosa

4º Expedição (1582): Frutuoso Barbosa

5º Expedição (1584): Flores Valdez, Felipe de Moura e Frutuoso Barbosa.

• Acordo entre Martim Leitão e Piragibe
• Fundação da cidade de Nossa Senhora das Neves
• 1º capitão – mor: João Tavares
• 1º engenho “d’El-Rei” em Tibiri
• 2º capitão – mor: Frutuoso Barbosa
• Chegada dos Franciscanos
• Mudança do nome da cidade para “Filipéia de Nossa Senhora das Neves”
• 3º capitão – mor: André de Albuquerque Maranhão
• Expulsão dos Potiguaras
• 4º capitão – mor: Feliciano Coelho de Carvalho
• Expulsão dos Franciscanos

3- A população Indígena
• Tupis (Tabajaras e Potiguaras) - Litoral
• Cariris (ou Tapuias) - Sertão
• Comunidades nômades
• Potiguaras – autóctones e antropófagos

4- As ordens religiosas
• Jesuítas
• Franciscanos
• Beneditinos
• Carmelitas

5 –Domínio Holandês
• liberdade cultural
• homens livres: holandeses, portugueses e “brasileiros”
• ausência de miscigenação
• administradores holandeses: (Ippo Elyssens, Gisberk de With, entre outros)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Era Vargas

Pessoal, aí vai um reforço acerca da Era Getúlio. Serve pro pss e para o ENEM, que gosta de abordar este período. O Trabalho aí embaixo é de um bom professor de sampa.

Por: Professor Jailson Marinho

A chamada Era Vargas está dividida em três momentos: Governo Provisório, Governo Constitucional e Estado Novo.

O período inaugurou um novo tipo de Estado, denominado “Estado de compromisso”, em razão do apóio de diversas forças sociais e políticas: as oligarquias dissidentes, classes médias, burguesia industrial e urbana, classe trabalhadora e o Exército. Neste “Estado de compromisso” não existia nenhuma força política hegemônica, possibilitando o fortalecimento do poder pessoal de Getúlio Vargas. Governo Provisório ( 1930/1934 ).

Aspectos políticos e econômicos No plano político, o governo provisório foi marcado pela Lei Orgânica, que estabelecia plenos poderes a Vargas. Os órgão legislativos foram extintos, até a elaboração de uma nova constituição para o país.

Desta forma, Vargas exerce o poder executivo e o Legislativo. Os governadores perderam seus mandatos – por força da Revolução de 30 – seu nomeados em seus lugares os interventores federais ( que eram escolhidos pelos tenentes ).

A economia cafeeira receberá atenções por parte do governo federal. Para superar os efeitos da crise de 1929, Vargas criou o Conselho Nacional do Café, reeditando a política de valorização do café ao comprar e estocar o produto.

O esquema provocou a formação de grandes estoques, em razão da falta de compradores, levando o governo a realizar a queima dos excedentes. Houve um desenvolvimento das atividades industriais, principalmente no setor têxtil e no de processamento de alimentos. Este desenvolvimento explica-se pela chamada política de substituição de importações.

REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 32

Movimento ocorrido em São Paulo ligado à demora de Getúlio Vargas para reconstitucionalizar o país, a nomeação de um interventor pernambucano para o governo do Estado (João Alberto). Mesmo sua substituição por Pedro de Toledo não diminuiu o movimento.

O movimento teve também como fator a tentativa da oligarquia cafeeira retomar o poder político. O movimento contou com apoio das camadas médias urbanas. Formou-se a Frente Única Paulista, exigindo a nomeação de um interventor paulista e a reconstitucionalização imediata do país.

Em maio de 1932 houve uma manifestação contra Getúlio que resultou na morte de quatro manifestantes: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Iniciou-se a radicalização do movimento, sendo que o MMDC passou a ser o símbolo deste momento marcado pela luta armada.

Após três meses de combates as forças leais a Vargas forçaram os paulistas à rendição. Procurando manter o apoio dos paulistas, Getúlio Vargas acelerou o processo de redemocratização realizando eleições para uma Assembléia Constituinte que deveria elaborar uma nova constituição para o Brasil.

A CONSTITUIÇÃO DE 1934

Promulgada em 16 de novembro de 1934 apresentando os seguintes aspectos: A manutenção da República com princípios federativos; Existência de três poderes independentes entre si: Executivo, Legislativo e Judiciário; Estabelecimento de eleições diretas para o Executivo e Legislativo; As mulheres adquirem o direito ao voto; Representação classista no Congresso (elementos eleitos pelos sindicatos); Criado o Tribunal do Trabalho; Legislação trabalhista e liberdade de organização sindical; Estabelecimento de monopólio estatal sobre algumas atividades industriais; Possibilidade da nacionalização de empresas estrangeiras; Instituído o mandato de segurança, instrumento jurídico dos direitos do cidadão perante o Estado.

A Constituição de 1934 foi inspirada na Constituição de Weimar preservando o liberalismo e mantendo o domínio dos proprietários visto que a mesma não toca no problema da terra. Governo Constitucional (1934/1937). Período marcada pelos reflexos da crise mundial de 1929: crise econômica, desemprego, inflação e carestia. Neste contexto desenvolve-se, na Europa, os regimes totalitários ( nazismo e fascismo) – que se opunham ao socialismo e ao liberalismo econômico.

A ideologia nazi-fascista chegou ao Brasil, servindo de inspiração para a fundação da Ação Integralista Brasileira (AIB), liderada pelo jornalista Plínio Salgado. Movimento de extrema direita, anticomunista, que tinha como lema "Deus, pátria, família”. Defendia a implantação de um Estado totalitário e corporativo.

A milícia da AIB era composta pelos “camisas verdes”, que usavam de violência contra seus adversários. Os integralistas receberam apoio da alta burguesia, do clero, da cúpula militar e das camadas médias urbanas. Por outro lado, o agravamento das condições de vida da classe trabalhadora possibilitou a formação de um movimento de caráter progressista, contando com o apoio de liberais, socialista, comunistas, tenentes radicais e dos sindicatos – trata-se da Aliança Nacional Libertadora (ANL).

Luís Carlos Prestes, filiado ao Partido Comunista Brasileiro foi eleito presidente de honra. A ANL reivindicava a suspensão do pagamento da dívida externa, a nacionalização das empresas estrangeiras e a realização da reforma agrária. Colocava-se contra o totalitarismo e defendia a democracia e um governo popular. A adesão popular foi muito grande, tornando a ANL uma ameaça ao capital estrangeiro e aos interesses oligárquicos.

Procurando conter o avanço da frente progressista o governo federal - por meio da aprovação da Lei de Segurança Nacional – decretou o fechamento dos núcleos da ANL. A reação, por parte dos filiados e simpatizantes, foi violenta e imediata. Movimentos eclodiram no Rio de Janeiro, Recife, Olinda e Natal – episódio conhecido como Intentona Comunista.

O golpe do Estado Novo No ano de 1937 deveria ocorrer eleições presidenciais para a sucessão de Getúlio Vargas. A disputa presidencial foi entre Armando de Sales Oliveira – que contava com o apoio dos paulistas e de facções de oligarquias de outros Estados. Representava uma oposição liberal ao centralismo de Vargas.

A outra candidatura era a de José Américo de Almeida, apoiado pelo Rio Grande do Sul, pelas oligarquias nordestinas e pelos Partidos Republicanos de São Paulo e Minas Gerais. Um terceiro candidato era Plínio Salgado, da Ação Integralista. A posição de Getúlio Vargas era muito confusa – não apoiando nenhum candidato. Na verdade a vontade de Getúlio era a de continuar no governo, em nome da estabilidade e normalidade constitucional; para tanto, contava com apoio de alguns setores da sociedade.

O continuísmo de Vargas recebeu apoio de uma parte do Exército – Góes Monteiro e Eurico Gaspar Dutra representavam a alta cúpula militar – surgindo a idéia de um golpe, sob o pretexto de garantir a segurança nacional.

O movimento de “salvação nacional” – que garantiu a permanência de Vargas no poder – foi a divulgação de um falso plano de ação comunista para assumir o poder no Brasil. Chamado de Plano Cohen, o falso plano serviu de pretexto para o golpe de 10 de novembro de 1937, decretando o fechamento do Congresso Nacional, suspensão da campanha presidencial e da Constituição de 1934. Iniciava-se o Estado Novo.

O Estado Novo ( 1937/1945 ). O Estado Novo – período da ditadura de Vargas – apresentou as seguintes características: intervencionismo do Estado na economia e na sociedade e um centralização política nas mãos do Executivo, anulando o federalismo republicano.

A CONSTITUIÇÃO DE 1937

Foi outorgada em 10 de novembro de 1937 e redigida por Francisco Campos. Baseada na constituição polonesa ( daí o apelido de “polaca” ) apresentava aspectos fascistas.

Principais características: centralização política e fortalecimento do poder presidencial; extinção do legislativo; subordinação do Poder Judiciário ao Poder Executivo; instituição dos interventores nos Estados e uma legislação trabalhista. A Constituição de 1937 eliminava a independência sindical e extinguia os partidos políticos.

A extinção da AIB deixou os integralistas insatisfeitos com Getúlio. Em maio de 1938 os integralistas tentaram um golpe contra Vargas – o Putsch Integralista – que consistiu numa tentativa de ocupar o palácio presidencial. Vargas reagiu até a chegada a polícia e Plínio Salgado precisou fugir do país.
 
POLÍTICA TRABALHISTA

O Estado Novo procurou controlar o movimento trabalhador através da subordinação dos sindicatos ao Ministério do Trabalho. Proibiu-se as greves e qualquer tipo de manifestação.

Por outro lado, o Estado efetuou algumas concessões, tais como, o salário mínimo, a semana de trabalho de 44 horas, a carteira profissional, as férias remuneradas. As leis trabalhistas foram reunidas, em 1943, na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), regulamentando as relações entre patrões e empregados.

A aproximação de Vargas junto a classe trabalhadora urbana originou, no Brasil, o populismo – forma de manipulação do trabalhador urbano, onde o atendimento de algumas reivindicações não interfere no controle exercido pela burguesia.

POLÍTICA ECONÔMICA

O Estado Novo iniciou o planejamento econômico, procurando acelerar o processo de industrialização brasileiro. O Estado criou inúmeros órgãos com o objetivo de coordenar e estabelecer diretrizes de política econômica.

O governo interveio na economia criando as empresas estatais – sem questionar o regime privado. As empresas estatais encontravam-se em setores estratégicos, como a siderúrgia ( Companhia Siderúrgica Nacional ), a mineração ( Companhia Vale do Rio Doce ), hidrelétrica ( Companhia Hidrelétrica do Vale do São Francisco ), mecânica ( Fábrica Nacional de Motores ) e química (Fábrica Nacional de Álcalis ).

POLÍTICA ADMINISTRATIVA

Procurando centralizar e consolidar o poder político, o governo criou o DASP ( Departamento de Administração e Serviço Público), órgão de controle da economia. O outro instrumento do Estado Novo foi a criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda ), que realizava a propaganda do governo. O DIP controlava os meios de comunicação, por meio da censura.

Foi o mais importante instrumento de sustentação da ditadura que, ao lado da polícia secreta, comandada por Filinto Müller, instaurou no Brasil o período do terror: prisões, repressão, exílios, torturas etc...

Como exemplo de propaganda tem-se a criação da Hora do Brasil – que difundia as realizações do governo; o exemplo do terror fica por conta do caso de Olga Benário, mulher de Prestes, que foi presa e deportada para a Alemanha (grávida). Foi assassinada num campo de concentração.

O BRASIL E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Devido a pressões – internas e externas – Getúlio Vargas rompeu a neutralidade brasileira, em 1942, e declarou guerra ao Eixo ( Alemanha, Itália, Japão ). A participação do Brasil foi efetiva nos campos de batalha mediante o envio da FEB ( Força Expedicionária Brasileira ) e da FAB ( Força Aérea Brasileira ).

A participação brasileira na guerra provocou um paradoxo político: externamente o Brasil luta pela democracia e contra as ditaduras, internamente há ausência democrática em razão da ditadura. Esta situação, somada à vitória dos aliados contra os regimes totalitários, favorece o declínio do estado Novo e amplia as manifestações contra o regime.

O FIM DO ESTADO NOVO

Em 1943 Vargas prometeu eleições para o fim da guerra; no mesmo ano houve o Manifesto dos Mineiros, onde um grupo de intelectuais, políticos, jornalistas e profissionais liberais pediam a redemocratização do país. Em janeiro de 1945, o Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores exigia a liberdade de expressão e eleições.

Em fevereiro do mesmo ano, Vargas publicava um ato adicional marcando eleições presidenciais para 2 de dezembro. Para concorrer as eleições surgiram os seguinte partidos políticos: UDN ( União Democrática Nacional )- Oposição liberal a Vargas e contra o comunismo.

Tinha como candidato o brigadeiro Eduardo Gomes; PSD ( Partido Social Democrático ) – era o partido dos interventores e apoiavam a candidatura do general Eurico Gaspar Dutra; PTB ( Partido Trabalhista Brasileiro ) – organizado pelo Ministério do Trabalho e tendo como presidente Getúlio Vargas.

Apoiava, junto com o PSD, Eurico Gaspar Dutra; PRP ( Partido de Representação Popular ) – de ideologia integralista e fundado por Plínio Salgado; PCB ( Partido Comunista Brasileiro ) – tinha como candidato o engenheiro Yedo Fiúza.

Em 1945 houve um movimento popular pedindo a permanência de Vargas – contando com o apoio do PCB. Este movimento ficou conhecido como queremismo, devido ao lema da campanha “Queremos Getúlio “.

O movimento popular assustou a classe conservadora, temendo a continuidade de Vargas no poder. No dia 29 de outubro foi dado um golpe, liderado por Goés Monteiro e Dutra. Vargas foi deposto sem resistência.

O governo foi entregue a José Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal. Em dezembro de 1945 foram realizadas as eleições com a vitória de Eurico Gaspar Dutra.




segunda-feira, 25 de outubro de 2010

pss2 - A ÉTICA PROTESTANTE E O CAPITALISMO

Título: A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo

Autor: Max Weber

Tema Principal: A associação do ideário Capitalista ao Protestante.

Temas Secundários: Calvinismo; Acumulação de capital; Ascetismo secular protestante.

Palavras-Chave: Predestinação; Ascetismo Laico; Doutrina Calvinista; Vocação; Luteranismo; Pietismo; Metodismo; Seitas batistas; Encontro Quaker.

Resumo do Texto

Em seu estudo, realizado na Alemanha – País protestante – Weber constatou que os protestantes estavam melhor posicionados na sociedade que os Católicos. A partir desta constatação inicial, ele percebeu, mais adiante, que alguns segmentos do protestantismo, por causa de suas índoles, estavam mais aptos, filosoficamente falando, a desenvolver o capitalismo em sua amplitude.

Através de citações de Benjamim Franklin, conseguimos compreender onde Weber pretende chegar: “Lembre-se que crédito é dinheiro. Se um homem deixa seu dinheiro em minhas mãos por mais tempo que o devido, está me dando juros, ou tudo o que eu possa fazer com ele durante esse tempo. Isto atinge somas consideráveis quando alguém goza de bom e amplo crédito, e faz dele bom uso”. (p.46). Podemos perceber que fazer bom uso do capital (ou seja, gerar mais dinheiro) é recomendável. Deixar de obter lucro não se caracteriza aqui como tolice ou desprendimento, é omissão do dever. “Essa é a essência do exposto. Não se trata de mera astúcia de negócios, o que seria algo comum, mas de um ethos.” (p.48).

Também percebemos na citação da página 46 uma preocupação com o crédito pessoal. (“Lembre-se que crédito é dinheiro.”). “O som do martelo às 5 da manhã” e o pagamento em dia das dividas são características que, segundo Weber, proporciona ao homem à abertura do bolso alheio. O dinheiro obtido não deve em hipótese alguma, segundo essa lógica, gerar divertimento e ócio, e sim, mais dinheiro. Abrir mão de lucrar mais é desperdício, portanto pecado.

Max Weber chama atenção para o fato das palavras que tem o significado do que hoje entendemos por “Vocação” como Beruf (no caso alemão) e Calling (no caso inglês), existirem, num apanhado histórico, nos países protestantes enquanto é ausente nos países predominantemente católicos.

A vocação protestante luterana já não esperava que o homem abandonasse a vida secular e aderisse à vida monástica. O trabalho, ou seja, a labuta diária já se constituía uma “missão”, uma “vocação”. Dessa forma, o autor percebe que o trabalho se transforma numa instituição sagrada, onde a obtenção do dinheiro (lucro) não mais é um ato condenável.

Através do estudo das quatro formas de protestantismo ascético; o Calvinismo, o Pietismo, o Metodismo e As seitas batistas, Weber pretende formular sua tese interessado “(...) na influência de tais sanções psicológicas originadas nas crenças e práticas religiosas, que orientavam a conduta prática dos indivíduos e assim os mantinham” (p.78).

O Calvinismo, inspirado em Calvino, foi a fé presente nos países de maior efervescência nos séculos XVI e XVII (Inglaterra, França e Holanda). A doutrina da predestinação é sua maior característica. Weber entende que o calvinismo substituiu a valorização do “monge ascético” pelo “homem laico predestinado” que aceita o destino recebido sem questionamentos: “Seus desígnios só podem ser por nos entendidos, ou mesmo conhecidos, à medida que seja do Seu (referente a Deus) agrado revela-los a nós” (p.81). “Ao fundamentar sua ética na doutrina da predestinação, ele (Calvino) substituiu a aristocracia espiritual dos monges, desligada do mundo e superior a ele, pela aristocracia espiritual dos santos predestinados de Deus no mundo”. (p.94). Dessa forma, podemos dizer que o Calvinismo forneceu os métodos para o indivíduo comprovar sua fé pelos meios seculares.

Assim como o Calvinismo, o Pietismo também se baseia na doutrina da predestinação. Todavia, podemos dizer que “(...) o efeito prático dos princípios pietistas foi um controle ainda mais estritamente ascético da conduta na vocação, o que fornecia uma base religiosa para a ética vocacional ainda mais sólida do que uma simples respeitabilidade mundana dos cristãos reformados, que eram vistos pelos pietistas mais rigorosos como uma cristandade de segunda classe”. (p.101).

O Metodismo, assim como o Pietismo, é caracterizado como “emocional”. A doutrina da predestinação foi substituída pela Certitudo salutis que era alguém, que redimido, em virtude da graça divina, obter, em vida, uma segunda transformação espiritual. “A regeneração do Metodismo criou, pois, apenas um complemento para a pura doutrina das obras, uma base religiosa para a conduta ascética depois que a doutrina da predestinação fora abandonada (...)” (p.109).

A ultima forma de Protestantismo Ascético diz respeito Ás seitas batistas. Com elas, Weber procurou abordar “(...) grupos religiosos cuja ética repousa em bases que diferem em princípio da doutrina calvinista”. (p.109). As seitas batistas rejeitaram a doutrina da predestinação, dessa forma podemos dizer que houve um enfraquecimento da concepção calvinista de vocação. “Contudo, uma vez rejeitada a idéia de predestinação, o caráter peculiarmente racional da moral batista apoiou-se psicologicamente, sobretudo na idéia da atitude expectante da descida do espírito, que mesmo hoje é característica do encontro Quaker”. (p.112).

A partir de então, Weber percebe que gradualmente as raízes religiosas vão dando lugar à secularidade utilitária. E a riqueza deixa de ter um caráter marginal: “(...) a riqueza seria eticamente má apenas à medida que venha a ser uma tentação para um gozo da vida no ócio e no pecado, e sua aquisição seria ruim só quando obtida com o propósito posterior de uma vida folgada e despreocupada”. (p.122). Os puritanos eram totalmente contra a prática de esportes e atividades de lazer (teatro, artes plásticas, etc.), pois “(...) de mais a mais, os grandes nomes do movimento puritano estavam profundamente arraigados à cultura renascentista”. (p.126). A resistência se dava quando eles interferiam (financeiramente ou fisicamente) no trabalho.

Poderíamos desta forma, dizer que “Este ascetismo secular protestante, tal como foi recapitulado até aqui, agiu poderosamente contra o desfrute espontâneo das riquezas; restringiu o consumo, em especial o do supérfluo. Por outro lado teve o efeito psicológico de liberar a aquisição de bens das inibições da ética tradicional. Quebrou as amarras do impulso para a aquisição não apenas legalizando-o, mas no sentido exposto, enfocando-o como desejado diretamente por Deus. A guerra contra as tentações da carne, e da dependência das coisas materiais era, entre os puritanos, como disse expressamente o grande apologista do quakerismo Barklay, não uma guerra contra a aquisição racional, mas contra o uso irracional da riqueza”. (p. 127 e 128). É preciso, ainda, distinguirmos que “não desfrutar das riquezas” não é um ato de avareza. A avareza compulsiva (que impede o gasto) e a desonestidade (que é o ganho ilícito) são altamente condenáveis pelo ascetismo.

Portanto, se a havia um ethos, legitimando a aquisição e o acúmulo de capital, e barreiras, impedindo o “desfrute das riquezas” a conseqüência mais provável seria um acúmulo de capital de acordo com a filosofia ascética de valorização “(d)aqueles que ganham tudo o que podem e guardam tudo o que podem”. (p.131)

Segundo Weber, a explicação da vocação e os mistérios nos desígnios divinos, foram fatores importantes ao arcabouço capitalista. A má distribuição de renda era justificada com uma explicação transcendental, dessa forma, a massa trabalhadora, continuaria na sua posição social, o que era muito importante, já que em países como a Holanda, institucionalizou-se a idéia de que os trabalhadores só labutariam se a necessidade os obrigasse a tal.

sábado, 24 de julho de 2010

Cursinho Rumo à Universidade - introdução ao PSS2

Modos de Produção

O modo de produção é a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os utiliza e os distribui. O modo de produção de uma sociedade é formado por suas forças produtivas e pelas relações de produção existentes nessa sociedade.

Modo de produção = forças produtivas + relações de produção

Portanto, o conceito de modo de produção resume claramente o fato de as relações de produção serem o centro organizador de todos os aspectos da sociedade.

Modo de produção primitivo:
O modo de produção primitivo designa uma formação econômica e social que abrange um período muito longo, desde o aparecimento da sociedade humana. A comunidade primitiva existiu durante centenas de milhares de anos, enquanto o período compreendido pelo escravismo, pelo feudalismo e pelo capitalismo mal ultrapassa cinco milênios.

Na comunidade primitiva os homens trabalhavam em conjunto. Os meios de produção e os frutos do trabalho eram propriedade coletiva, ou seja, de todos. Não existia ainda a idéia da propriedade privada dos meios de produção, nem havia a oposição proprietários x não proprietários.

As relações de produção eram relações de amizade e ajuda entre todos; elas eram baseadas na propriedade coletiva dos meios de produção, a terra em primeiro lugar.

Também não existia o estado. Este só passou a existir quando alguns homens começaram a dominar outros. O estado surgiu como instrumento de organização social e de dominação.

Modo de produção escravista:
Na sociedade escravista os meios de produção (terras e instrumentos de produção) e os escravos eram propriedade do senhor. O escravo era considerado um instrumento, um objeto, assim como um animal ou uma ferramenta.

Assim, no modo de produção escravista, as relações de produção eram relações de domínio e de sujeição: senhores x escravos. Um pequeno número de senhores explorava a massa de escravos, que não tinham nenhum direito.

Os senhores eram proprietários da força de trabalho (os escravos), dos meios de produção (terras, gado, minas, instrumentos de produção) e do produto de trabalho.

Modo de produção asiático:
O modo de produção asiático predominou no Egito, na China, na Índia e também na África do século passado.

Tomando como exemplo o Egito, no tempo dos faraós, vamos notar que a parte produtiva da sociedade era composta pelos escravos, que era forçados, e, principalmente, pelos camponeses, que também eram forçados a entregar ao Estado o que produziam. A parcela maior prejudicando cada vez mais o meio de produção asiático.

Modo de produção feudal:
A sociedade feudal era constituída pelos senhores x servos. Os servos não eram escravos de seus senhores, pois não eram propriedade deles. Eles apenas os serviam em troca de casa e comida. Trabalhavam um pouco para o seu senhor e outro pouco para eles mesmos.

Num determinado momento, as relações feudais começaram a dificultar o desenvolvimento das forças produtivas. Como a exploração sobre os servos no campo aumentava, o rendimento da agricultura era cada vez mais baixo. Na cidade, o crescimento da produtividade dos artesãos era freado pelos regulamentos existentes e o próprio crescimento das cidades era impedido pela ordem feudal.Já começava a aparecer às relações capitalistas de produção.

Modo de produção capitalista:
O que caracteriza o modo de produção capitalista são as relações assalariadas de produção (trabalho assalariado). As relações de produção capitalistas baseiam-se na propriedade privada dos meios de produção pela burguesia, que substituiu a propriedade feudal, e no trabalho assalariado, que substituiu o trabalho servil do feudalismo. O capitalismo é movido por lucros, portanto temos duas classes sociais: a burguesia e os trabalhadores assalariados.

O capitalismo compreende quatro etapas:
Pré-capitalismo: o modo de produção feudal ainda predomina, mas já se desenvolvem relações capitalistas.
Capitalismo comercial: a maior parte dos lucros concentra-se nas mãos dos comerciantes, que constituem a camada hegemônica da sociedade; o trabalho assalariado torna-se mais comum.
Capitalismo industrial: com a revolução industrial, o capital passa a ser investido basicamente nas industrias, que se tornam à atividade econômica mais importante; o trabalho assalariado firma-se definitivamente.
Capitalismo financeiro: os bancos e outras instituições financeiras passam a controlar as demais atividades econômicas, através de financiamentos à agricultura, a industria, à pecuária, e ao comercio.

domingo, 11 de julho de 2010

Aula: Nacionalismo, Cidadania, Heróis e Simbologia

Para: Rumo à Universidade (aula a ser ministrada entre os dias 12/07 a 15/07)

1. Liberalismo Político X Conservadorismo


2. Liberalismo Econômico X Doutrinas Sociais

3. Fascismo e Nazismo



1. Liberais e Conservadores
por André Azevedo Alves

    A recente discussão sobre as diferenças entre um «conservador» e um «liberal» (clássico) iniciada na Coluna Infame e posteriormente alargada ao blog Valete Fratres! veio colocar em evidência algumas questões interessantes.
    De facto, como refere João Pereira Coutinho, «conservadores» e «liberais» encontram-se em campos opostos. O grau de oposição em cada caso concreto depende naturalmente do tipo de conservadorismo e do tipo de liberalismo em causa, mas é inequívoco que há importantes divergências filosóficas entre os dois campos. Os conservadores tendem a valorizar mais a estabilidade, o presente e o concreto enquanto que os liberais tendem a ser mais abertos à mudança (mas não a qualquer mudança) e a fazer depender o seu apoio a uma determinada instituição do contributo desta última para a liberdade individual.
    É certo que há em muitos liberais, na linha de Hayek, uma disposição conservadora que os leva a valorizar a tradição e todo o conhecimento tácito nela acumulado. Esta disposição conservadora resulta de estarem conscientes dos limites da razão individual e justifica o seu cepticismo relativamente a todos os tipos de construtivismo social bem como a importância que atribuem às regras gerais de conduta, tão caras a Oakeshott. Os liberais conservadores estão abertos à evolução enquanto processo espontâneo e descentralizado mas desconfiam profundamente da mudança imposta por processos centralizados de “engenharia social”. No entanto, ao contrário do conservadorismo de Oakeshott, o liberalismo assume em várias matérias um carácter doutrinal (e, neste aspecto, o liberalismo clássico está mais próximo do liberalismo dito moderno do que do conservadorismo). Assim sendo, é de facto possível definir um projecto liberal motivado pela defesa das liberdades individuais através de uma ordem nomocrática e pela preocupação de limitar a intervenção do Estado na economia e na sociedade.
    Em relação às palavras de Pedro Mexia, dois breves comentários. Em primeiro lugar, dependendo do que se entende por haver Estado na educação, na saúde e noutros campos, grande parte dos liberais (clássicos) argumentaria que grandes males podem vir (e vêm) ao mundo como resultado dessa presença. Em segundo lugar, incluir Hayek e Rand na mesma família política é no mínimo contestável. A obra de Hayek insere-se numa linha liberal conservadora, que considera a tradição como um importante elemento civilizacional e olha com desconfiança as utopias racionalistas de onde quer que elas venham. Por outro lado, a obra de Ayn Rand e dos seus discípulos constitui uma filosofia autónoma, centrada no valor da Razão, e onde o liberalismo económico e político (no caso de Rand, assumidamente radical) aparece como único sistema social compatível com a ética Objectivista.
    Enquanto atitude, o conservadorismo é compatível (e até complementar) com o liberalismo hayekiano. O projecto liberal pode ser partilhado em muitos dos seus pontos por conservadores. Estes pontos de contacto são de enaltecer mas não devem ocultar as diferenças filosóficas que existem entre os dois campos. Os bons entendimentos exigem sempre uma clara percepção da diversidade das partes envolvidas.



 
2. Liberalismo Econômico: Um Pequeno Conceito

    O liberalismo econômico tem em Adam Smith sua principal figura. Para ele, o Estado não deveria intervir na economia, sendo que sua única função era justamente assegurar que o mercado não sofreria intervenções. Para Smith, a “mão invisível” do mercado era capaz de se auto-regular, constituindo-se um elemento independente, eficiente e eficaz.
    Adam Smith pregava que era necessário acabar com o mercantilismo, os altos impostos e o protecionismo com o fim de estimular o comércio internacional. Segundo os liberalistas, os agentes econômicos são movidos por impulsos de ganância e ambição próprios, o que impulsionaria o crescimento e desenvolvimento econômico, favorecendo toda a sociedade, promovendo uma evolução generalizada. Resumidamente, o liberalismo econômico cria a pura concorrência, a lei da oferta e da procura e os mecanismos de auto-regulação do mercado.



2.1. Doutrinas Sociais do Século XIX

O Socialismo Utópico

    A reação operária aos efeitos da Revolução Industrial fez surgir críticos ao processo industrial, que propunham reformulações sociais – os teóricos socialistas.
    Os primeiros socialistas a formularem críticas ao processo industrial elaboraram soluções que não se concretizaram efetivamente e formaram modelos socioeconômicos idealizados – o Socialismo utópico.
    Conde de Saint-Simon, revolucionário de 1789, idealizou uma sociedade em que não haveria ociosos e nem a exploração do homem pelo próprio homem. Propunha ainda uma sociedade dividida em três classes: os sábios (savants), os proprietários e os que não tinham posses – governada por um conselho de sábios e artistas.
    Robert Owen, revoltado com as perspectivas do capitalismo buscou a criação de uma comunidade ideal, de igualdade absoluta. Na Escócia, chegou a aplicar suas idéias, implantando uma comunidade de alto padrão, em que as pessoas trabalhavam dez horas por dia e tinham uma alta instrução.

O Socialismo Científico

    Paralelamente às propostas do socialismo utópico, surgiu o Socialismo Científico. Mediante a análise dos mecanismos econômicos e sociais do capitalismo, seus ideólogos propunham compreender a realidade para transformá-la. O socialismo compreendia uma proposta revolucionária do proletariado. Seu maior teórico foi Karl Marx seguido de Frederich Engels.
    Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista.
    Na análise marxista, o agente transformador da sociedade é a luta de classes, o antagonismo entre explorados e exploradores. Resultado da estrutura produtiva, especialmente da propriedade privada, tais classes, ao longo da história, apresentam interesses opostos, o que induz às lutas, às transformações sociais.

O Anarquismo

    Outra corrente ideológica surgida no século XIX foi o Anarquismo, que pregava a supressão de toda forma de governo, defendendo a liberdade geral.
    Anarquismo (do grego ἀναρχος, transl. anarkhos, que significa "sem governantes", a partir do prefixo ἀν-, an-, "sem" + ἄρχή, arkhê, "soberania, reino, magistratura" + o sufixo -ισμός, -ismós, da raiz verbal -ιζειν, -izein) é uma filosofia política que engloba teorias e ações que visem a eliminação de todas as formas de governo compulsório. De um modo geral, anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita, defendendo tipos de organizações horizontais e libertárias.
    Essa proposta foi defendida inicialmente por Pierre-Joseph Proudhon que, em 1840, publica seu livro Que é a Propriedade?, em que, baseando-se em informações históricas, jurídicas e econômicas, procura demonstrar que toda a propriedade tem em sua raiz um ato de "roubo". E pela primeira vez, identifica uma parcela da população como produtores de riqueza (os trabalhadores) e uma outra como os usurpadores dessa riqueza (os proprietários). Conclui que a propriedade é impossível, e só pode existir como uma ficção jurídica imposta pela força, através do Estado. Proudhon então conclui que os cidadãos só estarão livres da imposição da propriedade numa sociedade onde o Estado não exista.
    Entre os anarquistas destaca-se principalmente Mikhail Bakunin, que se tornou o líder do anarquismo terrorista ao apontar a violência como única forma de se alcançar uma sociedade sem Estado e sem desigualdades. Com o anarquismo, o Comunismo seria alcançado imediatamente, com o fim do Estado, das classes sociais e das instituições.




3. O Fascismo e O Nazismo

O Fascismo Italiano

    As conseqüências da Primeira Guerra Mundial foram desastrosas para a Itália. Além do saldo negativo de 650.000 mortos e a região de Veneza devastada, cresceram as dificuldades econômicas e o desemprego. Surgiram muitos conflitos sociais, como o aumento de greves, revoltas e reivindicações. Os burgueses, sentindo-se ameaçados, se apoiaram num pequeno grupo político, disposto a acabar com a força revolucionária: os fascistas. Eles disputavam o poder com os socialistas.
    O fascismo é uma ideologia totalitária, que defende o Estado como incorporador e representante de todos os interesses do povo, e nacionalista - a nação é considerada a mais alta forma de sociedade desenvolvida pelo homem. Ela surgiu na Itália depois da Primeira Guerra. O fascismo tinha suporte no movimento de renovação da burguesia nacionalista e no temor de que revoluções operárias, como a russa e a alemã, se repetissem na Itália. A fundação, em 1914, por Benito Mussolini, dos Combatentes do fascio (machado rodeado de varas, símbolo de autoridade no Império Romano) e das Esquadras de Ação, em oposição tanto ao regime democrático-parlamentar quanto ao perigo bolchevique, direcionou o apoio do empresariado.
    Este grupo político, que era formado por anarquistas, sindicalistas, nacionalistas e antigos combatentes mal adaptados à vida civil, concorreu às eleições em 1919, sendo derrotados e não obtendo uma cadeira sequer no Parlamento.
    Os fascistas estavam dispostos a derramar seu sangue pela revolução. Mas Mussolini teve de remodelar seu partido, pois o fracasso nas eleições mostrou todas as deficiências deste. E, após ser reorganizado em moldes para-militares, todos os seus membros passaram a usar camisas negras, um símbolo de luto da Itália.
    Mussolini conseguia arrastar multidões com seus discursos simples, mas empolgados, pois, além de oportunista, era um hábil orador, que se preparava para chegar ao poder.

O Nazismo Alemão

    Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi palco de uma revolução democrática que se instaurou no país. A primeira grande dificuldade da jovem república foi ter que assinar, em 1919, o Tratado de Versalhes que, impunha pesadas obrigações à Alemanha.
    À medida que os conflitos sociais foram se intensificando, surgiram no cenário político-alemão partidos ultranacionalistas, radicalmente contrários ao socialismo. Curiosamente, um desses partidos chamava-se Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) e era liderado por um ex-cabo de nome Adolf Hitler. As eleições presidenciais de 1925 foram vencidas pelo velho Von Hindenburg que, com a ajuda do capital estrangeiro, especialmente norte-americano, conseguiu com que a economia do país voltasse a crescer lentamente. Esse crescimento, porém, perdurou somente até 1929.
    Foi quando a crise econômica atingiu com tal força a Alemanha, que, em 1932, já havia no país mais de 6 milhões de desempregados. Nesse contexto de crise, os milhões de desempregados, bem como muitos integrantes dos grupos dominantes, passaram a acreditar nas promessas de Hitler de transformar a Alemanha num país rico e poderoso. Assim, nas eleições parlamentares de 1932, o Partido Nazista conseguiu obter 38% dos votos (230 deputados), mais do que qualquer outro partido.
     Valendo-se disso, os nazistas passaram a pressionar o presidente e este concedeu a Hitler o cargo de chanceler (chefe do governo). No poder, Hitler conseguiu rapidamente que o Parlamento aprovasse uma lei que lhe permitia governar sem dar satisfação de seus atos a ninguém. Em seguida, com base nessa lei, ordenou a dissolução de todos os partidos, com exceção do Partido Nazista. Em agosto de 1934, morreu Hindenburg e Hitler passou a ser o presidente da Alemanha, com o título de Führer (guia, condutor).
    Fortalecido, o Führer lançou mão de uma propaganda sedutora e de violência policial para implantar a mais cruel ditadura que a humanidade já conhecera. A propaganda era dirigida por Joseph Goebbles, doutor em Humanidades e responsável pelo Ministério da Educação do Povo e da Propaganda. Esse órgão era encarregado de manter um rígido controle sobre os meios de comunicação, escolas e universidades e de produzir discursos, hinos, símbolos, saudações e palavras de ordem nazista. Já a violência policial esteve sob o comando de Heinrich Himmler, um racista extremado que se utilizava da SS (tropas de elite), das SA (tropas de choque) e da Gestapo (polícia secreta de Estado) para prender, torturar e eliminar os inimigos do nazismo.
     No plano econômico, o governo hitlerista estimulou o crescimento da agricultura, da indústria de base e, sobretudo, da indústria bélica. Com isso, o desemprego diminuiu, o regime ganhou novos adeptos e a Alemanha voltou a se equipar novamente, ignorando os termos do Tratado de Versalhes.