quarta-feira, 29 de agosto de 2012

algo mais sobre o modo de produção Inca, Maia e Asteca

Características do modo de produção tributário.

As comunidade primitivas efetuaram ao longo dos anos um processo de unificação em torno de uma comunidade superior, o Estado, movidas pela necessidade de organizar e efetuar as grandes obras publicas que ultrapassavam os meios das comunidades individuais.

O Estado tem suas raízes nos surgimento de uma minoria com poderes de função, isto é, nasceu quando uma minoria que efetuava serviços de interesse comum para a comunidade se afastou da produção, aproximando-se do excedente econômico gerado pelos produtores diretos, transformando o poder de função em poder de exploração.

A característica fundamental do Modo de Produto Tributário é, de um lado, a existência das comunidades aldeãs (sociedades sem classes) provenientes de um modo de produção anterior, o Comunitário Primitivo; e por outro lado, a existência do Estado (sociedade de classes), representando por uma classe de sacerdotes, funcionários e guerreiros , que extrai tributos das comunidades aldeãs. O Modo de Produção Tributário é uma forma de transição de uma sociedade sem classes para uma sociedade de classes.

A existência de um Modo de Produção Tributário na América não significa a negação das especificidades do desenvolvimento asteca, maia ou inca. O modo de produção é uma abstração teórica que não existe na realidade em sua forma pura. Ele explica como uma sociedade cria e recria suas condições materiais de existência, assegurando a própria reprodução, e explica-se pela articulação das instancias econômica, política e ideológica.

É provável afirmar que o Modo de Produção Tributário apresenta-se em regiões onde a produção de excedente econômico agrícola requer importantes transformações no meio ambiente (canais de irrigação, drenagens, terraços), por meio de uma aglutinação das comunidades aldeãs ao redor de um núcleo central. Nesse caso, o Estão intervém diretamente na produção, como acontecia no Império Inca. Alias os incas foram os únicos a formar um verdadeiro império.

Quanto aos maias, sua organização social não passou das sociedades-estados, que ocasionalmente se associavam mas que, na maioria das vezes, lutavam entre si pelo controle da terra. Não encontravam-se aí as grandes obras incaicas nem os grandes trabalhos hidráulicos. O que ocorria na península de Yucatán era que uma minoria dominava e explorava as comunidades, interferindo na produção de forma limitada.

No Modo de Produção Tributário se estabelece um equilíbrio, uma correspondência, pela mediação do Estado, entre forcas produtivas e relações de produção. Esse modo de produção também se caracteriza por uma inadequação entre forcas produtivas e meios de produção. Encontraremos uma superexploração da força de trabalho que compensa a subutilização das possibilidades tecnológicas.

A superexploração da forca de trabalho sem um desenvolvimento tecnológica avançado somente pode acontecer porque as comunidades aldeãs permaneceram em suas terras, sob o regime de comunidade primitiva ainda não dissolvida, enquanto o Estado assumias as tarefas de defesa, controle social, organização de produção e distribuição. O sistema de exploração montado pelo Estado permitiu a manutenção da forca de trabalho, quando ela era deslocada no período de entressafra para as grandes construções publicas, estando à frente de uma civilização em que o homem procurou dominar a natureza para alimentar uma população crescente, sem destruições, mantendo um sadio equilíbrio ecológico. As altas civilizações americanas possibilitaram ao homem incorporar ao seu dia-a-dia a arquitetura, o calculo, a escrita e a religião.

Peregalli, Enrique, A america que os europeus encontraram. 1983 pp.7-11


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