quarta-feira, 7 de julho de 2010

Movimentos ou Rebeliões dos Excluídos da Cidadania - parte2 - República

4- Rebeliões na Primeira República Brasileira (1889-1930)


• O Tenentismo

O baixo oficialato do exército brasileiro revoltado com os baixos salários, péssimas condições de trabalho e a grande desigualdade entre eles e os altos oficiais decidiram manifestar-se através de quarteladas que extrapolaram seus muros e ganharam as ruas como é o caso do episódio dos “18 do Forte de Copacabana” ou ainda, da “Coluna Prestes”. Faziam oposição também ao coronelismo.


Revolta da Chibata
Os marinheiros do Rio de Janeiro, tratados como escravos decidem reivindicar por direitos básicos como alimentação e tratamento digno. Esteve à frente do processo João Candido.


• O Cangaço

Movimento de resistência e luta dos nordestinos assolados pela seca e abandonados pela
pátria. Através da associação com os coronéis os cangaceiros adotaram o banditismo que foi a forma encontrada para a sobrevivência.


• Canudos
No sertão, entre Pernambuco e Bahia, aconteceu um dos maiores fenômenos do nordeste republicano. Um messias, Antônio Conselheiro conseguiu fundamentar uma sociedade baseada na igualdade e divisão da produção longe do olhar republicano.


• Contestado

Aos moldes de Canudos, José Maria, convocou a população carente do sul à lutar pelo direito a uma vida mais digna, mesmo que para isso desafiasse a ordem vigente.


Revolta da Vacina
Confusa, a população do Rio de Janeiro, entende que as vacinas trazem malefícios ao invés da cura e eclodem diversos conflitos contra o governo, já que os agentes sanitaristas obrigavam a população a se vacinar.



5- Rebeliões na Era Vargas (1930-1945)

Revolução Constitucionalista de 1932
Chateados com o governo Vargas o estado de São Paulo explode em guerra civil o objetivo: Obrigar Getúlio a estabelecer um conjunto de leis (uma Constituição).

Intentona Comunista de 1935
Olga Benário e seu marido Luis Carlos Prestes (sim, o mesmo da Coluna Prestes e do Tenentismo) organizam à mando do comitê soviético um projeto de estabelecimento do socialismo no Brasil, aos moldes da Revolução Russa. O plano dá errado.


6- Rebeliões no Período Democrático (1945-1964)

• Ligas Camponesas (atuação Legal dos anos 30 até 1964)
O auge das Ligas deu-se com a participação do advogado Francisco Julião. Por volta de 1955 as Ligas passaram a atuar por vários estados sempre lutando pelos direitos mais básicos do trabalhador da zona rural. É nas Ligas onde se fala primeiramente em reforma agrária.

7- Rebeliões no Período da Ditadura Militar (1964-1985)

• A Volta das Ligas Camponesas, 1984
5 mil cortadores de cana e colhedores de laranja do interior paulista entram em greve por melhores salários e condições de trabalho. No dia seguinte invadem as cidades de Guariba e Bebedouro. Um canavial é incendiado. O movimento é reprimido por 300 soldados. Greves de trabalhadores se espalham por várias regiões do país, principalmente no Nordeste.

• Movimento Estudantil, 1968
Insurreição baseada na intelectualidade. A critica à ditadura, ao autoritarismo. Interessante é que neste ano, vários países tiveram rebeliões semelhantes.

• Luta Armada, final dos anos 60 até primeira metade dos anos 70.
Parte da Esquerda brasileira optou pela luta armada como forma de resistir ao Regime Militar e abrir caminho para uma revolução. Destacaram-se: Ação Libertadora Nacional (ALN), liderada por Carlos Marighella, ex-deputado e ex-membro do Partido Comunista Brasileiro, morto numa emboscada em 69; Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), comandada pelo ex- capitão do Exército Carlos Lamarca, morto na Bahia, em 17 de setembro de 1971; e o Partido Comunista do Brasil (PC do B), uma dissidência do PCB. As organizações armadas, conhecidas também como guerrilha, fizeram assaltos a bancos e seqüestros de diplomatas para trocá-los por presos políticos e colaboradores do regime.

A Ação Popular foi, na década de 60, um dos mais importantes movimentos de resistência ao regime militar. Teve origem em 1962 a partir de grupos católicos, especialmente influentes no movimento estudantil. De 62 até 1972 a Ação Popular fez todos os presidentes da UNE. De, inicialmente, moderada a AP passou a discutir a necessidade da luta armada, devido a radicalização dos órgãos de repressão. A AP lançou o movimento Contra a Ditadura e em 67 mudou sua sigla para APML (Ação Popular Marxista-Lenista) buscando aliar-se aos movimentos camponeses e de bóia-frias. Vários líderes da AP foram assassinados. A AP terminou com sua incorporação ao PC do Brasil.

Dilma Rousseff, Fernando Gabeira e José Dirceu, são exemplos de personalidades que participaram da luta armada.

• Movimento Sindical, 1968 e 1978
Na região do ABC Paulista, e Minas Gerais, milhares de operários realizaram pesadas greves para reivindicar direitos básicos. Destaca-se a atuação de Luís Inácio Lula da Silva na greve de 78. Diante deste contexto insurrecional diversos sindicatos são fechados.

• Diretas Já, 1984
Movimento encabeçado por políticos contrários à Linha Dura e principalmente artistas. Visava o estabelecimento do voto direto, direito conseguido cinco anos depois.

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